Benedito Cardoso dos Santos, o Amiguinho, morreu nesta quinta-feira (18) em Jacareí
+-+Luciano+Vieira+PMSS.jpg)
Servidor público há mais de 30 anos, Amiguinho fez incontáveis amizades na Prefeitura e dentro de seu trabalho, como locutor e apresentador, por onde passava era reconhecido por sua alegria e espontaneidade.
Nascido em Presidente Bernardes (SP) em 1950, foi nesta mesma cidade que Amiguinho teve seu primeiro trabalho como locutor na Rádio Piratininga AM, hoje Rádio Cidade FM.
O radialista aportou em solo sebastianense em 1982 e começou a trabalhar na Prefeitura no mesmo período, logo depois de ser apresentado pelo então secretário de Esportes, Abdala Cecílio. Ambos eram conterrâneos, tendo sido Cecílio professor de Amiguinho na pequena cidade do interior paulista.
A partir daquele momento foi dado a ele a responsabilidade de divulgar todas as ações culturais e de utilidade pública de todas as secretarias municipais. E, em todo o tempo que atuou ao longo dessas três décadas, jamais teve restrição alguma por parte da Prefeitura e “muito menos da polícia”, conforme gostava de frisar.
Apelido ou nome?
O apelido veio da influência do radialista Osmar Santos, de Marília (SP) que tinha o hábito de dizer ‘Garotinho’ e, numa adaptação, surgiu o famoso ‘Amiguinho’, que o servidor acreditava ser mais carinhoso.
Porém, de tão carinhoso o codinome se estendeu à família; esposa e filhos acresceram o apelido aos seus nomes e, por vezes, nas ruas a população se dirigia a eles questionando se eram familiares do Amiguinho.
Instalado no município, trabalhou com a narração de jogos de futebol, mas percebeu estar, nas ruas, o maior reconhecimento ao seu trabalho quando crianças, jovens e adultos receberam, muito bem, suas brincadeiras ao dizer ao microfone: “Olá Amiguinho”, frase esta que se tornou marca registrada.
Dos 30 anos de profissão, Amiguinho sempre mencionava um acontecimento considerado por ele, especial. Ou seja, quando ganhou como fã uma criança de pouco mais de um ano. “Há alguns anos, um bebê de um ano e meio gostou tanto da minha voz que, por onde quer que eu passasse queria me ouvir e me ver. Tempos depois fui surpreendido, quando aquela mesma criança, então com 14 anos, veio ao meu encontro para me dar um presente de Natal. Isso aconteceu na Topolândia e mexeu muito comigo. Me balançou o coração!”, disse o radialista.
Trabalho
O locutor trabalhava de forma diferenciada. Tendo recebido os textos do Departamento de Comunicação, costumava transformá-lo, com seu próprio linguajar, à noite, no escuro. Dizia trabalhar melhor assim.
Feliz com seu trabalho e com o retorno que recebia da população, Amiguinho declarou, certa vez, sentir-se, de fato, Amiguinho da cidade. “Em São Sebastião, temos este privilégio; poucas cidades têm carro de divulgação. Uma vez soube que a diretora de uma escola do Jaraguá parou as ações no pátio escolar por dois minutos para ouvir uma mensagem do Dia das Crianças”, disse.
Adeus
O corpo de Benedito Cardoso dos Santos deve chegar à cidade na noite desta quinta-feira (18); o velório será na Câmara Municipal a partir das 23h e o sepultamento no cemitério central às 9h, desta sexta-feira (19).
Desde já, Amiguinho e seu carro de som, serão, para sempre, um único ícone já recebido como parte da história de São Sebastião.
Foto: Luciano Vieira | PMSS