Poeta de São Sebastião é selecionado em concurso da Maturidade

Seu Servinho segue para a capital federal após receber passagem aérea da Prefeitura





O poeta sebastianense Servo de Jesus Oliveira, o Servinho, 79 anos, representará o município em mais uma edição do Concurso Banco Real Talentos da Maturidade. Ele concorre com o poema “Palcos da Vida: Lição!”. A premiação será na próxima semana, em Brasília. Ele viaja para a capital federal após receber a passagem aérea e hospedagem da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur).

“Se não fosse por essa ajuda, ficaria mais difícil de seguir para o concurso”, disse Servinho”. A entrega da passagem foi feita pelos secretário e diretor da Cultura, Júlio Buzi e Gleivison Gaspar, respectivamente.

“Prezamos pela valorização do nosso artista”, afirma Buzi. “Jamais esquecerei essa atitude da Prefeitura”, conclui Servinho.

O Concurso Banco Real Talentos da Maturidade tem como missão principal a contribuição da iniciativa privada na construção de uma sociedade que valoriza os idosos, atendendo as recomendações da Assembléia Mundial do Envelhecimento (ONU-2002) para responder ao crescente aumento da população mundial com 60 anos e mais.

Essa contribuição se reflete de diversas formas: no incentivo à participação cultural, valorizando a criatividade, o potencial artístico e a participação social dos idosos na sociedade; no estímulo à reflexão da sociedade sobre a questão do idoso; na conscientização em busca da quebra de preconceitos e estereótipos em relação à velhice.

Leia abaixo a íntegra do poema concorrente.



Palcos da Vida, Lição!



Nas minhas atuações pelos Palcos da Vida

As vaias em meio dos aplausos foram bem recebidas

Porém; momento nenhum me interrompi para julgar

A intrepides e a postura foram sempre meu lema

Era consciente que a consagração é extrema

Quando objetivamente neste palco a “cortina cerrar”





A perseverança e a ética me promoveram artista

Resultante razão foi minha conquista

Sobretudo; sociedade, família, e educação

A ineficácia das vaias, a magnitude dos aplausos

Dois extremos autenticaram meus casos e causos

Armazenados e fartos no meu coração



Gratificante foi sempre sonhar acordado

Sonhar no sono profundo é um vulgar derivado

Razão por ser neste termo, mera fantasia

Abraçar a vocação, foi por Deus mandamento

Obedeci e escrevi no meu ego, um Novo Testamento

Cujo valor vivificante é por todos os dias





Nos tablados, nas arenas, nos picadeiros e nos camarins

A projeção dominante exalava odor de festim

Sentia-me consciente nos desempenhos ordenados

O salário da prudência, sem dúvida é a vida

Nela está associada a alegria incontida

Fator em nossa existência, de longos anos dourados





Trágico, romântico, humorístico; desempenhos relevantes

Sem importar em ser “papel principal” ou “figurante”

Nos dramas e comédias, que o destino escreveu

Respeito a fidelidade da platéia que paga e assiste

Objetiva é a reciprocidade, que sempre existe

Com as honras divididas, o mais grato sou eu!





O autodidatismo corre em minhas artérias

Faço do meu sangue a tinta que aquanélo coisas sérias

Causa-me um sintoma pela natural história

No passado, era um estágio em evidência

No presente, a humildade me concede reverência

No futuro, desfrutarei prazeroso minha vitória



Exemplos sinceros e edificantes a todos, imponho

Nestas marcantes peripécias num semblante risonho

Seu teor ecumênico se propagará por milênios

E quando para mim o “palco da vida” “cerrar as cortinas”

Aí então; adormecido, só o sonho me fascina

E pra solidão eterna levarei os meus prêmios